O Vice-presidente da ASFOPAL, Geraldo José, foi um dos homenageados com a Comenda Zumbi dos Palmares, entregue pela Câmara de Vereadores de Maceió, por seus serviços prestados em prol do movimento negro, contra o preconceito. Mestre Geraldo tem uma dedicação de 30 anos à cultura popular e à luta contra o racismo.
A solenidade
Aconteceu
nesta sexta-feira (07) pela manhã, no Plenário da Câmara Municipal de
Maceió, a entrega das comendas Dandara e Zumbi dos Palmares, em sessão
solene proposta pelas vereadoras Fátima Santiago (PP), Heloísa Helena
(Psol) e Tereza Nelma (PSDB).
A comenda Dandara foi instituída pelo Decreto Legislativo nº 454, de 17
de novembro de 2009 – e deve ser concedida a instituições públicas e
privadas, nacionais e locais, assim como a personalidades, inclusive in
memorian, em reconhecimento à sua significativa contribuição nas ações
relativas a luta pela Diversidade Étnicorracial no âmbito do município
de Maceió.

A
Comenda Zumbi dos Palmares foi instituída através da Resolução nº 492,
de 9 de agosto de 1998 e deve ser outorgada a personalidades, entidades e
instituições que tenham se destacado na luta pelo fim da descriminação
cultural, racial e de cor sofrida pelos negros. Para a médica e
vereadora Fátima Santiago, mesmo as comendas sendo entregues fora do mês
da consciência negra não perde o seu brilho. “Essa é mais uma
importante sessão solene que homenageará personalidades e instituições
que lutam cotidianamente contra o racismo, intolerância religiosa e
outros preconceitos. Possuem o nosso reconhecimento porque eles não
medem esforços para reivindicar políticas de igualdade racial e ainda
contribuem para a formação étnica-social e cultural, principalmente, com
crianças e adolescentes da periferia de Maceió”, destacou a parlamentar
que homenageará cinco agraciados.
Homenageados

As honrarias aprovadas, por
unanimidade, e foram concedidas a: Ana Paula da Silva Nascimento
(Paulinha) – Professora e integrante do Centro de Cultura e Cidadania
Malungos do Ilê; Clébio Correia de Araújo – Historiador e Vice-Reitor da
Universidade Estadual de Alagoas (Uneal); Clemente Soares Silva
(Tininho) – Coreógrafo e Professor de Dança-afro primitiva; Filomena
Felix Costa (Filó) – Produtora Cultural e Presidenta do Centro de
Cultura e Estudos Étnicos Anajô; Josélia Barros Monteiro (Jô) – Pedagoga
e Vice Coordenadora Geral do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab)
da Universidade Federal de Alagoas (Ufal); Geraldo José da Silva (Mestre
Geraldo) – Professor e Coordenador do Grupo Folclórico Axé Zumbi; Maria
Aparecida Batista de Oliveira – Filósofa e ativista do Movimento de
Mulheres; e a Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro, que é
a única entidade em Alagoas, vinculada a uma igreja evangélica, que
realiza a reflexão sobre o negro na Bíblia.
Ao final da Sessão, o advogado
Alberto Jorge Ferreira (Betinho), Presidente da Comissão de Defesa das
Minorias Étnicos e Sociais da OAB-AL pediu para falar e leu um
ofício/autorização da SMCCU entregue ao Babalorixá Célio Rodrigues, da
Casa de Iemanjám referente às celebrações do Dia de Iemanjá, que estava
presente junto com Mãe Vera e outros religiosos, tanto de matriz
africana como evangèlicos e católicos, onde a SMCCU autorizava as
manifestações mas responsabilizava ao requerente (Célio Rodrigues) por
qualquer dano ao patrimônio público e demais afrontas à Lei. Betinho
disse que isso era uma afronta e uma demonstração de preconceito, mas
que os seguidores de cultos afros tinham que conviver com isso por
enquanto, mas que o superintendente da SMCCU, Galvaci de Assis teria que
conviver com a religião afro, por bem ou por intermédio da Lei, porque
por mal, não é o caso, pois eles só desejam o bem e o que é justo.