domingo, 4 de maio de 2025

Mestra Maura Góes - Baianas Mensageiras de Santa Luzia

 


Uma das mestras mais experientes e em atividade, Maura Góes dos Santos, completou 82 anos em janeiro de 2025, é coordenadora do grupo de Baianas Mensageiras de Santa Luzia, fundado em 1970 pelo Mestre Paulo Olegário e a Mestra Maria do Carmo Barbosa.

Dona Maura é uma das mais queridas mestras em atividade, viúva do também querido Mestre Ovildio, da banda de pífanos, se destaca pela simpatia e conhecimento que detém também de outros folguedos, além das Baianas.

 


Baianas Mensageiras de Santa Luzia

O grupo de Baianas Mensageiras de Santa Luzia foi fundado em 1970 pelo Mestre Paulo Olegário e a Mestra Maria do Carmo Barbosa. O grupo já está na quarta geração de mestras:  da bisavó à neta, Vanessa dos Santos, atual mestra.

As mestras são personagens de resistência dentro da cultura tradicionalmente masculina do reisado: “As mulheres têm tido uma importância muito grande na constituição e manutenção dos reisados, pois quando não dançam são responsáveis pela organização participando dos ensaios, confeccionando todo o vestuário e acompanhando as crianças durante as apresentações. São mulheres que vêm buscando vencer as barreiras de uma sociedade machista e racista que desconhece o seu legado de uma história de luta e têm contribuído para manter viva uma das expressões culturais afrodescendentes mais fortes de Juazeiro do Norte”, aponta a pesquisadora Cícera Nunes, da Universidade Federal do Ceará. (fonte: CulturaBrasil).

Composto por 19 pessoas, entre ciganas e baianas, também chamadas de figuras. A dança é acompanhada por zabumba e ganzá em um ritmo que constitui uma modificação rural dos maracatus pernambucanos, com a variação alagoana dos maracatus, não tem a corte real e nem as bonecas. Acrescido de elementos dos pastoris, dos cocos, é mesclado com canções religiosas negras. O grupo ensaia aos domingos no Clube dos Idosos do Tabuleiro e já recebeu o Prêmio Culturas Populares 2009 – Edição Mestra Dona Isabel do Ministério da Cultura. (fonte: Secretaria da Cultura AL ).

 


O grupo já está na quarta geração de mestras: da bisavó à neta, Vanessa dos Santos, atual mestra.

 

Mestra Maura também é mestra na confecção de bonecas.

 

‘Me chamo Maura Góes dos Santos. Nasci em 15 de janeiro de 1943, na cidade de São Luiz do Quintude, no interior de Alagoas, e passando os primeiros anos da minha vida nesta mesma cidade com meus pais. Aos 8 anos de idade vim para Maceió juntamente com eles, mas precisamente para o bairro do Tabuleiro do Martins.’ - Mestra Maura

 

Há quanto tempo a senhora se dedica à cultura popular... ao folclore?

 

Aos 11 anos de idade conheci, me interessei e me apaixonei pela cultura, através do grupo de Baianas, com a Mestra Terezinha, quando comecei a participar e dançar nos ensaios e a gostar cada vez mais, não demorou muito tempo para conhecer outras ‘brincadeiras’, desta vez foi o Pastoril, pois ‘era uma maravilha, como era lindo tudo aquilo... todos éramos jovens’.

 

E como é ter uma vida dedicada à cultura popular?

 

Com o passar dos anos fui crescendo..., me casei com o Ovildio, que também era apaixonado pela cultura e amava o que fazia, que era tocar pífano, assim tendo uma banda de pífano em que nossos filhos faziam parte.

Tempos depois conheci a Mestra Maria do Carmo, das Baianas, que, com seu falecimento, me tornei a responsável e mestra-coordenadora das Baianas Mensageiras de Santa Luzia.

 

Sempre dedicada às Baianas?

 

Não. Já dancei em vários grupos de Guerreiro, Pagode (coco), Quadrilhas, Forró... fiz também, várias viagens neste Estado de Alagoas e em outros estados com esses grupos.

Mas hoje, aos 80 anos de idade, me sinto entristecida por não poder fazer mais, o que mais gosto e amo que é dançar e cantar o meu folclore, por problemas de saúde.

 

Há quatro anos, Mestra Maura sofreu um AVC, mas recuperou-se, apenas a mobilidade ficou comprometida, mas o bom humor e a memória estão intactos.